segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Diário de Bordo

Cac, 26 de outubro de 2009.

Capitão,

Hoje fui ao teu encontro. Sei que por ali te escondes desta vida que te pertenceu. Consola-me saber que há este lugar, onde sempre poderei te encontrar. Disseram-me uma vez que é muito bom olhar o rio quando se está triste, é como se ele levasse embora pelo seu curso todas as tristezas que há, de quem o contempla.
Acredito que nem por fotografias se explica a imensidão do rio dentro de mim. Enxerguei toda nossa vida, através daquele espelho.
A chuva logo veio e eu pude enxergar além, e não tive medo. Tenho a certeza de que parte de mim partirá para sempre, e a outra viverá de memórias e reminiscências de uma vida perfeita, ainda que diante de tantos percalços.
Perder não é fácil, e é com lágrimas nos olhos que aceito o vento, e as gotas doídas da chuva. E que a chuva traga o alívio imediato.

Até breve,

Não te esqueças de cevar os peixes e deixar que as águas permaneçam cristalinas. Não me esqueço nunca de teu sorriso.

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