quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sem parágrafos...

Paga-se caro pelo medo. Paga-se caro pela insegurança de se entregar, não para um amor maior, falo da vida. A vida bate na porta! Toc-Toc-Toc! Barulho incessante. Mas o medo se apodera da essência da alma! O pior, paga-se pela curiosidade de saber: o porquê? o como? o quando? o onde? e o quê? Ela lhe deu liberdade de ir e vir... na verdade não deu, o fez reconhecer que tinha. Ele trouxe incertezas e o abandono. Ela lhe deu o abraço e o colo. Ele a deixou "sem carinho, sem coberta, num tapete atrás da porta". E ela não se contentando com a tristeza de ser mais bela, mais amável, mais... sabia que não A era. Sentiu-se lixo! Sentiu-se menos mulher! A beleza não mais importa. Os bilhetes e as flores dos outros amantes são nada diante de tudo... Um ouro reluzente sela o silêncio do grito de um amor quiçá verdadeiro, proibido, não permitido pelo meio determinista permitido por eles. Ela pagou pelo pecado de alçar voôs. Ele pagará pelo pecado de aceitar o seu destino de pedra imóvel na praia. Ela aceitou o destino, nada fez! Nada lutou! Covarde? Não sei. Um amor a ser lapidado. Por ele nunca sentido? Por ela para sempre guardado? Ela olha para a porta do seu quarto, e a vê aberta. E nota o perfume que deixou de passar, a roupa que não usou, o cabelo que não arrumou, a maquiagem do dia... e para quê? Para ser refém de um medo sem razão... E cá neste canto do quarto lamentou-se dos beijos, sabe-se lá verdadeiros, não dados esta noite...



À minha tristeza... eu canto...


"Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou este estado
Inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar"

5 comentários:

Clara disse...

Meu Deus, Meu Deus...
Estamos na mesma vibe..

Sofrendo..
COM MEDO...

Anônimo disse...

Quem sabe não era a coragem batendo à porta?! Da próxima vez abre! Não custa nada tentar...
Quem sabe outra noite não estarás a lamentar os beijos que deu?!
Quem canta seus males espanta... Espero que seu canto a tristeza a tenha afastado!

Xerus
=***

Marco disse...

Como diria o Chico: Apesar de você amanhã há de ser outro dia. (impreterivelmente...) Beijo

Anneta disse...

ótimo texto...
e a foto?
Amo Amélie Poulin...
bjusss

nay disse...

Clara, pois é... no outro dia resolvi sair... mas... já tenho algo escrito sobre o mesmo... desastre total.

Na. eu fui... o ruim foi ela que resolveu aparecer em alguns instantes...

Marco, nem que eu cante isso todos os dias..

Anneta, sobre o destino fabuloso dela, o meu e de tantas outras será o assunto do próximo.. rs.