terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Síndrome aguda de "Amelié Poulain"...


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"Entre bonança e tempestades restou a ela o medo de amar. Passou a tinta branca no rosto, desenhou com o lápis preto o contorno nos olhos.

Lembra-se da cena de quando Piaf descobre que Marcel está morto, saindo do quarto para o palco...

E a cortina se abre! Tudo gira em perfeita sintonia... As risadas, os brindes, e as alegrias nos rostos dos que a assistem.

De repente um ato falho, ela esqueceu-se da fala arduamente decorada... E entram os contra regras e as cordas dos violões se agitam...

E ela volta... Não sei se volta triunfante, pois sabe o que a espera no camarim - seu reflexo no espelho.

No auge do espetáculo alcoólico, ela lembrou de que era hora, e quase como uma Cinderela as avessas esqueceu-se das boas maneiras nas escadarias do teatro.

E vem a parte mais dolorida de sua divina vida o som que faz a porta do seu quarto que se encontra vazio e escuro.

Ela liga a luz, olha-se no espelho, viu seu rosto cansado e lembrou-se que não tinha aquele “lábio amargo”, nem aquelas palavras tão vis... Mas já era tarde, a palavra já tinha sido dita, assim como a pedra lançada.

E tão certo quanto que o fim da vida é a morte, ela sabia que era impossível voltar ao tempo que sentia saudade. Limpou a tinta manchada pelo choro do rosto, e reclamou ao mundo o motivo de não tê-lo, no entanto se agarrou àquela velha mentira para poder dormir em paz.

E antes de cair no sono, lembrou-se da tese de Amelie sobre a menina com o copo de vidro, do quadro de Renoir, talvez fosse cômodo para ela também sonhar do que viver.

Nos sonhos, pode-se controlar até mesmo as decepções. Ela precisa se afogar nesse “mar absoluto” da vida, mas não sabe se irá agüentar... Mas a vontade de permanecer inerte lhe é mais convidativa..."

Os dias passam, certos sentimentos não... apenas uma continuação da história dessa mulher sem nome que inventei aqui dentro de mim... Quanto ao carnaval, a minha casa foi a minha escolha... apenas uma reunião com os amigos... quanto as cores da foto... imaginem! E digo que "foi bonita a festa pá, fiquei contente"

10 comentários:

Clara disse...

"apenas uma continuação da história dessa mulher sem nome que inventei aqui dentro de mim... "

Que forte...
Boa sorte...

Um dia a gente se cura desse "bem/mal" de criar..de amar...

nd disse...

Esses sentimentos nos afligem, queimam por dentro, mas faz-se necessário que tenhamos essas sensações...

PS: meu carnaval passei numa praia deserta, onde nem net havia !
Queria mesmo ficar sozinha por uns 3 dias e fiquei longe de tudo e de todos. Só não pude ficar longe de minha cadelinha, essa levei comigo.
Rrsrssrsrsrsr

Bjs amiga e volta sempre, tá ?

Anneta disse...

é o que eu sempre digo sobre as ilusões... embora ambas sejam patéticas, temos duas opções: ou seguimos o exemplo de Alice seguindo o coelho branco para o país das maravilhas, onde o "inerte" acalma, ou o seguimos como Neo... para fora da Matrix, enfrentando o que é real, por mais que doa, mas como muitas pessoas teimo interpretar as coisas à lá Amelie Poulain...

Lily disse...

A grande dificuldade é distinguir a ilusão da realidade...
Pode ser confortante viver na ilusão, mas ao msm tempo isso torna vão o tempo vivido...

Beijos

Unknown disse...

Well!
Gostei tanto do seu post que bateu uma invejinha e imitei. Mas o meu não ficou tão legal.
Eu vou mudar o seu link assim que estiver enxergando direito - agora tô vendo tudo embaralhado, de tanto escrever esses dias - mas ele já está seguido e favoritado.
Beijocas, moça!

nay disse...

Cla, um dia... que o meu destino te escute...

Bandeiras, que feriado bom.. eu não tive este privilégio, mas se eu tivesso como teria ido para um lugar longe de barulho e muitas pessoas... de preferência um lugar onde o unico brilho seriam os das estrelas..

Anneta, somos teimosas... e viva as fantasias..

Lily, é essa é a grande questão... gosto de sonhar... mas a vida está me puxando para o chão...

Lekk, amei seu texto... e indico a vocês todas que leiam...

Anônimo disse...

Momentos assim são importantes! Dor, tristeza, aproximação do próprio eu... Não são muito agradáveis, mas depois que passam nos deixam mais fortes!

Já mudei o link para cá!
=******

Marco disse...

Me delicio com o seu texto, em cada detalhe. E o meu predileto Renoir não passa nunca em branco. Gostei de vir aqui... Beijos

nay disse...

Na, espero muito que me reste essa força precisa mesmo...

Marco, pois é, ele é um dos meus preferidos... Van Gogh e Degas tb..

Candy disse...

Ain... fiquei até meio assim pq fiquei insistindo taaaanto pra saber do que tava acontecendo...
:T
ei, mas coloquei olho nao, viu?
:S

*fazia mo tempão que tinha lido nao sei pq nao comentei.
O.o


beijãããooo e otima semana!