quinta-feira, 7 de maio de 2009

Não me interessa se ele é coroa...


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Mas que pampa é essa que eu recebo agora,
Com uma missão de cultivar raízes...

Nossa história começou como qualquer outra... um caso de “apaixonar-se aos pouquinhos”... Não fazia o meu tipo, mas estar com ele era aconchegante, se é que posso dizer dessa forma... Com o tempo nossa relação foi se transformando de uma grande amizade à um caso mais sério, digo isso quanto a dedicação despendida, horas e horas de aprendizagem em ser boa só para agradá-lo...

Sim, ainda estou aprendendo a não ter que agradar a ninguém a não ser eu mesma... um pouco de amor próprio digamos... Mas ele acabou com qualquer gota de “auto-suficiente” que tinha... e isso aconteceu numa tarde, quando sol já estava se pondo... ele simplesmente não quis ir comigo...

E daí em diante, nossa relação fora de amor e ódio... Eu sempre ali tentando reverter toda a situação e tentando provar a ele que um dia eu poderia ser “a dos sonhos dele”, mas ele sempre deixava claro que não era bem assim...

Até que resolvi tomar vergonha na cara, e tentar ser feliz em outros interiores, ou aventurar-me em outros ares... A diversão foi certa! Foram dias maravilhosos, sem eu me preocupar sobre sua existência... Cada um seguia o seu caminho na paz que pedimos... Meu pai mesmo havia nos proibido de andar juntos, já que eu realmente não fazia o “tipo dele”...

Até que um dia... depois de tanto tempo, não tive mais como fugir... sobrou para mim e só para mim. Tenho que agüentar, suas lamentações, e chatices... e mal sabe ele que eu o amo tanto, apesar de que ele realmente não faz o meu tipo...

Talvez, escrever sobre ele, é uma forma de mostrar que apesar de meu olhar brilhar quando vejo uma “fox” passando... ele é quem mora no meu coração! Nossa relação é agora como a do filme “10 coisas que eu odeio em você”...

Eu odeio sua cor, por ser duro demais, sua personalidade forte, quando me deixa na mão, quando me faz passar vergonha, quando está sujo, quando me faz ver que é ele quem manda, o fato de ser velho, o fato de não querer ir a praça comigo nos fins de semana... Mas eu odeio mais ainda o fato de um dia ele deixar de existir na minha vida!

O nome dele é Sr. Francisco, Chico para os íntimos... VW/ GOL - 1.8 - ANO/MODELO -1993 – E sim... Quadrado por natureza!!! Meu pai o deixou para mim... o carma da minha vida... ele afoga quando não é preciso... e deixa o escapamento cair quando dá na telha dele, ou no teto dele... E sempre, quando papai estava aqui claro, ele esperava estar comigo para quebrar-se o cabo da embreagem!! ¬¬ Tive de aprender a dirigir em outro carro, a “Mille” (Minha mãe entende tudo de carros, achou que meu pai ia comprar um “Gol Mille”, ela não sabia o que era um Palio, aí apelidei “a carrinha” de Mille). E quando não era a Mille era a Bizan, a minha ex-companheira de aventuras em série...

Quando Papai se foi, tive uma longa conversa com o Chico, hoje estamos nos entendendo até bem... Muitos o cumprimentam e as vezes eu nem conheço quem é... por vezes sou eu que tenho de ceder as suas rabugentices... Afinal ele já é de idade! E carro velho é que faz corrida boa!!

“Existem mil garotos querendo passear comigo... mas é por causa desse calhambeque, sabe!”

14 comentários:

Anônimo disse...

KKK. muito bom Nay, o chico merece muitas homenagens!!!

Anônimo disse...

Eu também estou tendo que me adaptar a carros "antigos", o Bruno - namorado - odeio quando chamo os carros dele de velhos! É um apaixonado por opala, colecionador, e os dele tem ainda mais idade que o Chico! rsrs
Que o relacionamento entre você e o Chico melhore sempre!!!
Xerus
=***

Daniel F. Gontijo disse...

hahaha e eu pensando que era um ex-namorado! :)

lembrei da camionete velha do meu pai! haha

nay disse...

Na. pois é.. carros "idosos" também merecem respeito... E quanto a nossa relação, temos muita coisa em comum já, odiamos as motocicletas que se acham bicicletas de circo, as bicicletas malucas que se acham carros.. e temos medo dos caminhões e ônibus monstruosos... rs

Daniel, rs.. essa era a intenção... já que estou superando o trauma aos poucos.. rs.. a primeira vez que tentei dirigir ele com meu pai do lado foi só o choro no final, meu irmao rindo de mim e minha mae tentando apaziguar rs.. seria trágico se não fosse tão hilário rs..

Cínthia Stéffane disse...

Amiga,
Chico é "O" Cara... ops... "O" Carro...
Muitas boas histórias!!!
e eu tenho certeza que não haverá fox que substitua eese amor entre vcs... rs

Germano Viana Xavier disse...

Lembrei de quando meu pai trocou uma espingarda velha por um fiat 147 para ensinar a gente a dirigir. A gente ia, mas não sabíamos se voltaríamos.


Era o bom da diversão.

Um carinho, Flor.
Continuemos...

O Profeta disse...

As andorinhas do Mar chegaram
Com alegria tatuada nas penas refulgentes
Soltam chilreados estridentes
Dançam no azul, rodopiam contentes

A maresia adormeceu na areia
O mar transformou-se em espelho de água
Uma nuvem mirou-se nele
Verteu uma última gota de mágoa


Bom fim de semana


Doce beijo

Anneta disse...

Ai Nay só vc mesma...
eu imaginei que não seria o óbvio, mas não tinha nem a mais remota idéia do que podia ser realmente... rsrs...
Excelente texto, como tantos que vc escreve...
bjus

Mariangela Buchala disse...

Adorei seu blog...cante, cante sempre para alegrar o mundo.

Doroni Hilgenberg disse...

Lindo seu Blog

Ah...Chico!
Não dirijo mas adorei o conto
bem estruturado e envolvente como um namorado.
bjs

Lu Dantas disse...

Olá! Vim conhecer seu cantinho e adorei! Um beijo

Candy disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Adorei!
e eu achando que vc tivesse namorando um coroa!
uahauahuahauahua

Muito bom, Morena!

:******

nay disse...

Obrigada ao carinho de todos...
O Chico também agradece.. ele aprontou a ultima dele essa semana... sabe o escapamento.. rs.. furou... estavamos parecendo Max e Herbie hahahaha
Um abraço a todos...

Nathália disse...

kkkkkkkkkkkkkkk
Nay, muito legal o texto...
o velho "Chico" de guerra!!! conheço muito ele, altas madrugas e ele não nos deixou na mão...hehe

bjs