sábado, 30 de agosto de 2008

O MEU 27 DE A(DES)GOSTO DE 2008...

Eu estava ensaiando para escrever algo que explicasse a minha ausência... Algo alegre que me fizesse esquecer a crise financeira que aqui quer fazer morada... Mas vai ser despejada... E por este forte motivo estou sem internet... Mas “amanhã vai ser outro dia”...

Até pensei em fazer um jogo de palavras com a música do Chico...

“Meus caros amigos, me perdoem, por favor, se não lhes faço uma visita... Aqui na Terra não ta rolando nem futebol... acabou o samba... os shows... quem dera o Rock n’Roll... aqui não chove mais.. só mesmo bate o sol... e o que eu quero lhes dizer que a coisa aqui ta preta... muita mutreta pra levar a situação... que a gente vai levando de teimoso de pirraça... que a gente vai tomando que nem a cachaça...”

Então, seria a paródia do atual momento da minha vida...

“Mas”, “No entanto”, “Todavia”, “Contudo”, existe um ditado que não quer calar... Sabem aquele: “A curiosidade matou o gato”... Eis que eu estava xeretando no orkut dos meus amigos... Sim! Xereto no orkut dos meus amigos... E apenas deles... (não perco tempo olhando o das pessoas que não fazem parte da minha vida... “Time is Money!!!”)

E assim foi, lá no fundo da minha inconsciência, eis a trilha sonora: “Tu és o grande amor da minha vida... pois você é minha querida e por você eu sinto amor... lá, lá, lá... Na faculdade de Agronomia, numa aula de energia, bem em frente ao professor, eu tive um chilique desgraçado, eu vi você surgir ao meu lado no caderno do colega Nestor...”.

Só então pude entender e sentir tal agonia e o chilique desgraçado, que Raulzito sentiu...

É o preço que se paga por ser curiosa... E eis que surge numa das fotografias como coadjuvante (quase ganhando o Oscar, como melhor coadjuvante do ano!) ELE! De perfil... segurando um prato! (Não contei, que as fotos eram de uma festa de formatura) E o mais dolorido... ela a frente com aquele “ar de vitoriosa e melhor do que eu”, que só EU SEI dar a ela...

Eu daria tudo para não ter visto, mas vi...

Poxa! E minhas notícias engraçadas em meio aos versos de Chico? Desapareceram... A tristeza me pegou de jeito... E ainda eram 17h15!! Eu tinha 15 minutos de trabalho... Tempo para dar início a uma impugnação, mas fiquei sem chão... Claro, que não serei hipócrita em esconder a verdade, de que olhei a fotografia mais de 10 vezes... Até tomar vergonha na cara e decidir ir para casa...

Quando saí do estágio, só havia algo que poderia acalmar... Escrever... Olhar para o rio... Mas, hein! Para onde foi parar a música do Chico mesmo? Foi “comida pelo amor” E só saiu essa cartinha que nunca mandarei e que irá fazer parte da minha coleção de sonetos como retratos em branco e preto “à maltratar meu coração”... Desde o início não era essa a música que eu queria citar, mas foi inevitável... Eis a cartinha, em toda sua simplicidade...

“Realmente ver alguém de nosso passado surgir numa fotografia recentemente tirada... Dói... como se tudo tivesse acontecido ontem... é como se a ficha caísse sempre que a vida me apronta tais armadilhas...
Nossa! Como dói te amar... Como dói te odiar tanto assim! Como dói nunca ter dito tudo o que eu queria te dizer!
Não estou feliz, mas sei que não é sua culpa... E este olhar distante será o “medo da chuva” que a câmera inocentemente flagrou?
Vim até a beira do rio, tentar esquecer toda essa dor, mas o sol ainda lembra a ti em toda sua excelência e magnitude como tu mesmo foste grande em minha vida...
E aqui, ao invés, de eu me perder olhando os meninos brincando do outro lado do rio... Estou aqui a pensar o quanto quero te maldizer por ainda te amar... “só pra provar que ainda sou tua”... E que quando fostes embora, levaste “a metade adorada de mim... lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo... e eu não quero levar comigo a mortalha do amor... Adeus!!”

Bem, voltando para casa... pensei: “só trocar de roupa, pegar os livros e biblioteca!!”, mas quem disse que eu consegui esquecer tudo isso?

Estou aqui na biblioteca perdendo o meu tempo e gastando as folhinhas do meu caderno, e acabei de perceber que meu outro ex (carma) está do outro lado, fazendo gênero de quem está na biblioteca estudando, mas não para de olhar para cá! (Pode ser um pouco de prepotência devido ao meu humor alterado, talvez ele estivesse somente estudando mesmo), nessas horas penso: “Não faça contato visual!!!” E aí fico aqui, faço aquele olhar de paisagem, pensando no pecado que cometi antes de vir para cá, que poderei me perdoar somente amanhã, por tamanha façanha. Descontei toda a tristeza num X-bagunça todo engordurado que só a “tia” da lanchonete sabe fazer... Pecado! Pecado! Pecado! Talvez eu me sinta melhor pela manhã, quando eu colocar uma das minhas calças jeans que provavelmente não servirá... Como estarei mais “feliz!!”.

Bem, como nem toda dor é eterna, vou ficando por aqui, com raiva de morar nesta “grande” cidade; e de pensar como este mundo é pequeno!! No qual, não posso xeretar, ou até mesmo estudar em paz! E ainda assim, mesmo por ser tão pequeno, eu não vi quem eu realmente queria (Tanto! Tanto! Tanto!) ver! Ah! Daria esse mesmo mundinho para ter te visto hoje para mudar esse semblante de “morena dos olhos d’água”...

Help! I need somebody... Not just anybody!!! Help!! I need someone!!!

Por isso a saudade da minha gente… minha “gente humilde”…

Talvez eu tenha conseguido transformar a tristeza... “O poeta (realmente) é um fingidor... a dor que deveras sente”. Mas não posso me furtar de lhes contar as novidades!! E termino assim: Mas o que eu quero lhes dizer... “Que a coisa aqui tá (mesmo) preta! A Marieta manda um beijo para os seus... Um beijo na família, na Cecília e nas crianças... O Francis aproveita para também mandar lembranças a todo o pessoal! Adeus”.

O que seria a minha vida sem tais compositores...

3 comentários:

Marco disse...

Bem, eu poderia lhe dizer muitas coisas sobre isso, mas não digo nada. "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Previlegiada és tu, que tens um rio para chorar as mágoas. "Vem sentar-te comingo, Lídia, à beira do rio...". A natureza te explode nesta cidade "grande", passa e não vês. A visão da natureza é um previlégio dos poetas que te abitam. Beijos.

O Profeta disse...

Fecham-se as janelas de poente
Acenderam-se os luzeiros no céu
A cidade desperta para o arraial
Uma noiva procura o perdido véu

Os acordes da Banda no Coreto
Uma tuba marca o compasso
O clarinete dança na calmaria
O Maestro solta gestos no espaço



Bom fim de semana



Mágico beijo

Ludmila Prado disse...

adorei aqui!
ti encontrei por intermédio da Nay, agente tem coisas em comum, eu, você e a Nay.
gostei do post, desabafou tudo, pra isso que serve o blog, aposto que isso ti fez um bem danado.

pode ter certeza que coisas boas estão por vim, não se mastire por coisas que ja passaram, temos o presente, viva ele.

beijos