quinta-feira, 3 de julho de 2008

Novo Trânsito Astrológico...


"Olá, como vai? É até inútil pensar que me responderia que está tudo bem de uma forma gentil... Mas, eu queria dizer-te... Que achei algo que te pertence, mas não tenho como dizer sobre esse algo por aqui... Até porque não sei como dizer se esse algo existe a não ser sob o peso do seu olhar... Teria como eu te encontrar? Sim, peço isso, através de carta, para relembrar velhos tempos...
Espero apenas, que esta carta não se perca nesse oceano profundo que nos separa, pois eu não tinha me dado conta quando foi que a represa se partiu e que impedia que toda essa água vazasse.... Eu não me dei conta de quando tudo me invadiu...
Hoje, ouvindo uma das músicas que tu costumavas a tocar... Não dá para explicar a saudade... E me peguei pensando... Quando é que eu deixei de ser eu mesma... Acredito que muito antes de te conhecer...
Como eu daria tudo para voltar no tempo e começar tudo de um novo jeito... Como no efeito de uma borboleta...
Mas não tenho como ter certeza do que me angustia seja falta tua... Até o momento em que puder olhar para ti... Mas, como fazer sem machucar os corações alheios... Tenho medo de descobrir que eu era infeliz... E hoje sou mais ainda, pois eu tinha tudo para fazer ser diferente...
Prometi a mim mesma que nunca mais iria escrever a ninguém qualquer carta de amor que fosse... Que de certa forma desnudaria todo meu sentimento... Mas, olhe só... Peguei-me, escrevendo para ti... Mas, covarde sou, pois o que eu queria mesmo era lhe falar... Contar do novo ciclo que iniciar-se-á... Quem sabe, queiras fazer parte...
Eu não consigo entender essa vontade de te ver novamente e esse medo de ver você... Não entendo o frio na barriga...
Engraçado, dizeres que fui viajar naqueles dias para te esquecer... E confesso que dias antes de ir viajar tive muita saudade de falar contigo... Mas aí tudo aconteceu, minha vida virou de ponta cabeça... Até quero pedir desculpa por ter dito o que não precisava ser dito...
Não me dei conta do quanto mudei... E talvez tenho mudado por ti, mesmo não tendo certeza, mesmo confusa, eu sinto tua falta... De dormir no seu colo, de segurar na sua mão, do seu abraço reconfortante...
Não sei o que fazer para te pedir desculpa... Mas, se eu não tivesse ficado longe de ti, hoje eu não entenderia tudo o que entendo hoje...
Li... Re-li... Todas as suas cartas inúmeras vezes... Será que os bons momentos nunca valeram nada para mim? Desculpe-me mais uma vez... Eu não me deixei respirar, e também te deixei sem ar... Até hoje continuo sem respirar... Sufocada nos meus próprios pensamentos...
Não, não tenho certeza de nada... Até te ver... O medo do desconhecido me consome... Impede-me de fazer algo... Até mesmo de devolver algo que acredito, no momento, ser ainda teu...
Estou esperando o momento para te ver... E se for tarde demais como no sonho... É acho que te perdi...
Saí de casa, para poder respirar... Mas com a vontade impertinente de te ver... Se te vi? Vi, sim... Estavas no alto... Mas, não tinha como olhar para ti sem que percebesse... Eu preciso pensar... Preciso te esquecer..."


Bem, depois de tanto movimento, baixo-assinados, provas, projetos... não posso dizer ainda que eu estou em férias...
Mas, acredito que a fase no momento é de rever certas coisas mal resolvidas dentro de mim... buscar a determinação que eu tinha há um ano atrás... e é interessante olha hoje meu horóscopo, (desculpem-me aqueles que não acreditam), mas acredito que este novo trânsito tem tudo a ver com o meu momento... "momento de recolhimento afetivo"... em busca de um amor incondicional... "Entre os dias 03/07 (hoje) às 3h08 e 27/07 às 12h50, o planeta Vênus estará fechando um ciclo, ao passar pela décima-segunda casa do seu mapa de nascimento(...)"
Como eu venho dizendo já a algumas pessoas... dia 18/07/2008 será a comemoração de um início a um novo ciclo na minha vida... mais importante que meu aniversário... vai ser meu "Ano Novo" do meu calendário...
Mesmo, com tantos afazeres e provas... as vezes me pego escrevendo... essa carta foi uma das que escrevi nesses dias.. pois são várias... há muito o que se dizer, mas a vida não tem permitido... é certo que não será mandada...
Não importa o que os outros pensem... mas essa carta é para ti... espero que me perdoe... é isso...

5 comentários:

Anônimo disse...

Ai...
Chega uma hora que simplesmente não há o que se dizer...
e pensando bem...
melhor que ninguém diga nada mesmo...
Só vc sabe de si... e suas atitudes futuras tem q ser baseadas apenas nisso: No que VC deseja, no q VC sente, e, principalmente, ciente dos resultados e consequências q (apenas) VC sofrerá.

Já que não posso dar pitaco sobre a situação, me limitarei a dizer sobre as palavras...

Lindas...
Adoro a forma como você escreve!


Comentário final: dia 18 também começa um "Ano Novo" pra mim...
Sorte às duas!!!

Camila Hardt disse...

Morena Flor... Pelo jeito as cartas escritas, ainda que não colocadas em um envelope e mandadas pro desinatário, tiram mesmo um peso do coração da gente, né? Linda sua carta. Aliás, adoro a Maria Bethânia recitando aquele poema do Fernando Pessoa (Álvaro de Campos, na verdade), que fala que todas as cartas de amor são ridículas. E fico com os olhos rasos d'água quando ela diz "Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas". Bjo!

nay disse...

É,Camila, ás vezes, como você mesmo disse não é preciso que a pessoa veja a carta, mas é preciso desafogar-se um pouco escrevendo... Só o fato de colocar tudo num papel, é uma forma de colocar tudo para fora... é mesmo eu já nem me preocupo se estou sendo ridícula ou não... eu sei que sinto...

Não é preciso conselhos mesmo, né amiga... mas saiba que todos que recebo, são muito bem guardados... e que aos poucos estou entendendo melhor toda essa angústia que venho sentindo nestes 20 anos... é algo que não é recente e nem mesmo algo que se resuma num namoro...
estou quase lá... me encontrando... mas é preciso escrever... mesmo que eu seja um pouco Fernando Pessoa... "o poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente..." se amo, odeio, repudio, apaixono.. não sei... sei que sinto...

NayB. disse...

Já escrevi muitas cartas que não foram enviadas... E confesso que me senti aliviada ao terminar de escrevê-las... É como se cada palava que fosse saindo fosse uma tristeza, um peso a menos... =)

Boa sorte a você neste seu "ano novo"... Que você tenha muita felicidade!

Xerus
=***

Marco disse...

É preciso vir à tona... os sentimentos, as emoções, as vontades, as cartas de amor, as cartas de desamor, tudo o que nos impulsiona e nos dá ou tira a direção... mas é necessário transbordar para que tudo isso não nos afogue por dentro... apenas transbordar, sem certos, nem errados...

bjo.