"Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou"
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou"
Escrito sem sol, sem Neruda, com poesia sem cachaça, e sem futebol.
De longe ouviu um ruído conhecido, mas que por força do momento não sabia identificar... Seria sua vida um musical dos anos 30? O som, novamente, ecoou pela casa, que se fazia silenciosa... E na verdade tudo a sua volta, como num livro infantil, como se "tudo" tomasse vida, faziam gestos de silêncio, como se esse "tudo" fosse cúmplice de seus pensamentos inquietos... exceto por aquele som... O tempo passava demasiadamente lento, like slowmotion...
- Ah! Sim! Era a campainha! - Era apenas alguém responsável pela entrega de contas de luz... - Luz... - E num instante ela teve medo de um dia ter de pagar pela luz do sol... Esta que se fez tão fingida, ao longo desse dia, por trás das nuvens chuvosas... Poderia ser a chuva, então... a razão de suas inquietudes implícitas... de seu rosto pálido... de seu olhar distante...
Mas ela afirmou no verão passado ter perdido o seu medo de chuvas, mesmo aquelas torrenciais, bem como ter queimado aqueles escritos perdidos... - Ternos! Tão queridos! - Se tivesse os pedaços, reconstruiría-os... custe o que custar... - Chamem o Alquimista! - e lembrou-se de que ele também não estava...
Voltando, ao que sua mãe brincava de ser, sua torre de marfim... constata a bagunça de seus eus, suas fantasias espalhadas pelo chão, nenhuma mais a servia... suas maquiagens abertas na penteadeira, não cobriam o que era para estar escondido... - Melhor recolher antes de. - chuva de novo - Desta vez, para lavar a alma!
No corredor se depara com aquele bicho asqueroso, e pensa até reescrever uma versão sob uma nova ótica neo comtemporânea romântica arcaica de "Paixão Segundo G. H.", ou "N. K." - Melhor matar e não correr o risco de virar gente, ou de experimentar o gosto.
Perhaps, ela ainda não notou pela mudança fática de seu ontem, para seu hoje... E assim às 21h45m13s, ela por fim descobre... e por sua vez chega-se ao fim desta icógnita... Era seu carnaval que tinha chegado ao fim, mas ainda o amava como daquela primeira vez que o viu dançando no picadeiro...
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