quinta-feira, 23 de abril de 2009

O não conto de fadas...


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Alice acordou com aquela "desvontade" de viver... o despertador já tocara 4 vezes e ela teria de encarar a realidade de mais um dia nada fresco sem capuccino pela manhã, devido ao atraso...

Procura pelo sapato com a mesma vontade de que ele nunca mais apareça... Repete para si como um motivo de ânimo: - Acorde Alice! Mais um dia, os pássaros cantam e ainda há de preparar o que irá falar na hora certa...

Ora, se não bastasse a insônia da noite passada, e a guerra contra a vontade e a não possibilidade de ouvir pelo telefone uma voz que talvez a acalmaria... Ela se diz firme e repetia: "Trust me baby, Give me a time!!" Mas já que a aurora se fazia explícita e de forma exagerada... e não hesitou em cantar...

"Confesso, acordei achando tudo indiferente
Verdade, acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas
Mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego,
Eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais...

Desculpe, os leitores se transcrevo a música, mas é preciso ler ao mesmo tempo em bate o coração desta cabeça tão confusa, a de Alice!

Alice, parou de escovar os dentes e se lembra do que disse outro dia a Tia do Café... provavelmente sim! Ela poderia vir a morrer de mágoas mal resolvidas consigo mesma! Depois de interstícios de tempos tentando explicar para si o que se passava dentro do seu coração...

Lembrou-se, pois, da carta não mandada, se chegasse ao seu destino o que aconteceria... Bem não queria pensar nisso naquela hora. Hoje é seu desaniversário, o último de sua vicência antes dos 23... nossa e ontem era 12...

Recordou-se do que aquele gato de sorriso sinistro havia lhe contado, nada de enigmas, ele foi bem claro dizendo que o amor não passava de um jogo de interesses, não foram bem essas palavras ditas pelo gato, mas, fazia tanto tempo que ele lhe falar sobre isso que era impossível lembrar tal como ele disse...

Já dentro do carro, mordendo uma pêra, como café da manhã, lembrou do coelho que não conseguiu alcançar outro dia... ele com seu relógio na mão tinha passado despercebido por ela... ela nem notara... Quanto tempo fazia mesmo? Algo que não sei dizer... Resolveu colocar um anúncio na internet...

PROCURA-SE: UM MALDITO COELHO BRANCO COM UM RELÓGIO NAS MÃOS! VIVO OU MORTO!

Quem sabe quebrando aquele motorzinho tic-tac resolveria seus problemas e as do Capitão Gancho também... Então ele poderia matar o Peter Pan... e assim... adeus aos contos de fadas... nada além da verdade crua!!

- É, não existem essas tais fadas!
- O que você disse Alice?
- Nada, mãe! Só estou pensando sozinha...

O que mais intriga é... para quê ela queria tanto que o tempo parasse! Sim, menina Alice, crescer é tão difícil! E voltar atrás é tão dolorido! Maldito Coelho! Maldito Peter Pan!

- Alice!!! Cuidado o carro!
- Calma! Não foi dessa vez que ela me beijou!

Alice pensou que isso soaria tão pátetico se não fosse Clarice. E de repente no desenrolar do dia...

- Maldita estrada de tijolinhos amarelos!!
- O que foi Dorothy?
- Estragaram os saltos dos meus sapatinhos vermelhos! Ora se não fossem esses sapos, falsos profetas, travestidos de príncepes... sem perspectivas, e com os sapatos vermelhos caros estragados!!

Não teve como não impedir que Alice voltasse a torre de marfim... aquela velha história sobre o amor... teve medo de infectar outros corações com sua amargura... resolveu não mandar a carta... e deixar que o coelho chegue a seu destino... Cantemos com o chapeleiro:

Um bom desaniversário!! Pra mim?? Sim, sim!! Vamos comemorar e tomar xícaras de chá!!

- O que acha Dorothy?
- Uma boa idéia Alice... mas e as tequilas!!??
- As tequilas ficam para o aniversário... afinal só afogando num copo tão convidativo esses 23 anos...

Alice fechou o caderno, colocou a caneta cor de rosa sobre a mesa... e pensou... "Fazer 23 anos, será uma grande aventura!" E lembrou-se que de loira não tinha nada...

Um comentário:

O CLARO disse...

Muito lindo e rico em conteúdo este espaço.
Saudações fraternas,
Faz escuro, mas eu
CLARO